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quinta-feira, 14 de julho de 2016

RIVALIDADE FEMININA

Inez Lemos1



 O mundo todo já escreveu e cantou sobre a especificidade da sexualidade feminina e como ela repercute no dia a dia das mulheres, promovendo rivalidades, olhares tortos, mal-estares. A psicanálise entrou no debate. Freud contribuiu quando se debruçou sobre esse continente negro e deduziu que, por não portar o significante fálico, a mulher se recente da falta e internaliza o lugar de inferioridade. O pênis é apenas o representante do falo, o que não significa que os homens, por portá-lo, ocupem o lugar do poderoso. Contudo, grande parte do mundo masculino assimilou que, por possuir a vara da virilidade, merece prevalência, afinal, foi eleito por Deus. E, por trazerem o significante do poder, pertencem ao gênero merecedor de privilégios e regalias. O machismo provoca o preconceito contra a mulher. É quando a cultura reforça que o homem vale mais que a mulher, insistindo em posturas e práticas sociais, que potencializam a desqualificação do feminino e a valorização do masculino. 

A maioria das mulheres é vítima dessa praga que infesta o mundo garantindo aos homens direitos absurdos que revoltam e geram violência, injustiça e crime. Essa historia começa quando o bebê nasce. Se for menino o tratamento será um, se for menina, outro. As mães dedicam olhares e cuidados diferenciados - ao filho, a rua, os amigos de bola, menos deveres e mais direitos. Às filhas, a corda justa - o espaço privado. A casa é o palco das brincadeiras de bonecas e casinhas. Assim ela cresce e compara - o irmão pode mais; de pequeno já ganha foro privilegiado. E ela, para conquistar um lugar melhor na família e na sociedade, tem que se desdobrar. As mães, ao absorverem a cultura machista, reforçam nos filhos o lugar de superioridade, e nas filhas, de inferioridade. 

Se o corpo da mulher é marcado pela ausência, é de se esperar que essa insignia irá acompanhá-la pela vida afora. Ele tem, eu não tenho. Ele já nasceu com tudo, eu preciso conquistar. Assim cresce a menina, marcada pela falta, se sentindo inferior, insegura e se ressentindo do lugar de menos valia que o mundo lhe reservou. Cenário propício para a rivalidade feminina, uma vez que somente quem não possui é que precisa lutar para adquirir. E quando se depara com uma outra que possa lhe parecer poderosa e provocar ciúmes, estabelece-se a disputa. Quem é essa que soube melhor que eu conquistar o falo? 

“O que ela tem que eu não tenho”? “O que quer uma mulher”? “Uma mulher se veste para uma outra mulher”. “A mulher não existe”. Todas as frases se referem a aspectos da sexualidade feminina. E foram citadas por Freud e Lacan que, em seus estudos, tentaram explicar esse continente obscuro, complexo e movediço. Nesse breve ensaio, tento esclarecer às amigas e 1 Psicanalista. Email:inezlemoss@gmail.com mulheres por que, apesar de todo avanço da humanidade, ainda somos vítimas das maledicências femininas. Por que somos alvo de comentários ferinos de irmãs, cunhadas, sogras, enteadas e colegas de trabalho? Por que as mulheres odeiam tanto as mulheres? Por que os homens se sentem no direito de agredi-las, violentá-las ou estuprá-las? Se a questão não é objetiva, só pode ser subjetiva.

 O senso comum despreza e subestima a dimensão do simbólico. O corpo incompleto da mulher, quando comparado ao homem, deixa marcas no inconsciente feminino que dificilmente será desvencilhado, sem um tratamento analítico. A mitologia elegeu o macho e seu órgão genital como símbolo de virilidade, poder, competência e inteligência. A cultura é construída por mitos, que por sua vez, formulam os discursos que permeiam na sociedade. O machismo é a narrativa que apregoa a supremacia do macho sobre a fêmea. A prática social reforça a cultura e vice-versa. E as sociedades de mercado, pautadas pelo consumismo, geralmente reforçam posturas conservadoras. O individualismo burguês cresceu apregoando a monogamia, o poder do homem sobre a mulher, e a exploração do capital sobre o trabalho. A grande maioria é individualista, machista e patrimonialista. 

Assim sendo, se as mulheres não procurarem um divã para nele se livrarem do lixo simbólico que as marcaram, se elas não destilarem o ressentimento no qual estão mergulhadas, dificilmente vão se livrar das insatisfações e rivalidades femininas. A mulher precisa fazer as pazes com a sua falta, com o buraco que a move. Enquanto ela circular revoltada com a sua incompletude, angustiada com o lugar de gata borralheira que contaminou seu inconsciente, representará perigo a uma outra mulher. Sempre iremos destilar o ódio dessa herança maldita a uma outra esburacada. Quem é essa que me ameaça? O que ela tem que eu não tenho? Já dizia o dito popular: “Quem desdenha quer comprar.” Ou seja, só irá nos incomodar quem nos é ameaça. Será por que Marina odiava Dilma? Ou a maioria dos políticos, por que não a suportaram no comando do país? 

Portanto, mulheres, mesmo que uma outra esburacada se diz sua amiga, mesmo que ela finja que não se incomoda com o tipo diferente de vida que você escolheu viver, e que por acaso é mais interessante e emocionante que o dela, aguarde, pois um olhar de desprezo poderá lhe ser direcionado. Quando uma mulher, em suas fantasias, julgar que você desfruta da vida mais que ela, é provável que, mesmo sem saber, você está alimentando a competição – o gozo da histérica. Aquela que ainda não conquistou o falo e ainda se recente de sua ausência em seu corpo. O que irá colocá-la na posição de vítima do ciúme maldito que a fantasia de faltosa lhe provoca. 

Ressentidas, ciumentas, esburacadas e incompletas, por favor, procurem um bom divã e operem a travessia, se livrem dos fantasmas edípicos, façam as pazes com os atavismos que nos tentaram impor. Livremos da falácia da supremacia do masculino que insiste em desqualificar o feminino. Enquanto os homens vivem a fantasia de ter o falo, confundindo o pênis com o significante do desejo e do poder, nós, mulheres, crescemos sabendo que não o temos. Todavia, por não o tê-lo, nos resta lutar para conquistá-lo. E quando o conquistamos, nos tornamos alvo de olhares maldosos e comentários perversos. Desprezadas pela outra que se fixou no gozo, petrificouse no ressentimento e se paralisou na vingança. O importante é saber nomear todos esses sinais, é tentar evitar brigas, barracos e inimizades. O melhor é nos prevenir da rivalidade feminina.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

NISE – LOUCURA QUE SE TRANSFORMA EM ARTE


INEZ LEMOS[1]

            O filme, Nise – o coração da loucura, trata do trabalho que a psiquiatra Nise da Silveira desenvolveu no hospital - o manicômio Engenho de dentro, no Rio de Janeiro, nos anos de 1940. Nise, ao chegar no hospital, provoca um conflito - sua postura, seu olhar para a loucura entra em desacordo com a psiquiatria tradicional que ali se praticava. Por trás das grades e cadeados, se escondiam sonhos, talentos, sentimentos. Onde só se via loucura descabida, atos insanos, passou-se a desvendar seres carentes e sensíveis. Onde havia gente se lambuzando em excrementos e urina, descobre-se ternura e desejo de ser tratado como humano. Assim Nise inicia a transformação do hospício em ateliê de arte.
            Tratava-se o doente mental como objeto - um toco que se chuta, ou que se domina com choques, ou que se amansa com lobotomia. Deixar o ser humano se rastejar como rato, mal trapilho e sem banho, é covardia moral. É não respeitar a condição humana, é desapropriar o sujeito de sua aventura existencial, transformando-o em resto, sucata que a sociedade funcional encosta, lixo improdutivo. Bastou um olhar carinhoso sobre aqueles andarilhos desamparados para tudo tomar outro rumo. O cenário fétido e mortífero deu lugar a um galpão de gente pintando, brincando e se descobrindo. Os internos, por meio da coordenação de Nise, se deixaram levar pelo inconsciente. E começaram a derramar sobre telas os traumas recalcados - sonhos traídos, destinos ingratos, sortes roubadas.
            Nise chegou ao hospital e a porta estava trancada. Bateu e esperou, nada de abrir. Depois de muito tempo aparece alguém para recebê-la. É sempre assim, quando surge um conhecimento ou postura inovadora que rompa com a mesmice, quando um olhar revolucionário chega para desestabilizar as práticas equivocadas, as portas se trancam. Nise metaforiza o amor que denuncia a violência no tratamento psiquiátrico. Questiona o choque elétrico (terapia eletroconvulsiva) e rejeita a lobotomia. Recusa a agressão e introduz o carinho, a ternura. Prioriza o corpo erótico e despreza o corpo biológico. Eros, deus do amor que simboliza pulsão de vida, pulsão que produz forças ao trabalhar, amar ou chorar - de emoção, dor ou paixão. 
            O filme deve ser divulgado, pois a onda conservadora, essa nuvem obscurantista que se abate sobre o Brasil nesse momento anseia pelo retorno dos manicômios. A luta contra os empresários da saúde mental não pode parar. Hoje o saber/poder confina o sujeito em casa, medicalizando sem rigor, patologizando sintomas corriqueiros. A geração tarja preta banaliza o sofrimento. Do rivotril à ritalina, o ditame é portar transtornos. Criança ou adulto, o pathos está na moda. Poucos se interessam em investigar, decifrar o sofrimento psíquico. O divã está em baixa.



[1]Psicanalista. Email: inezlemoss@gmail.com

terça-feira, 5 de abril de 2016

ÉTICA, RESSENTIMENTO E FUNÇÃO PATERNA


Inez Lemos[1]

            Ao debater a tendência do brasileiro em querer levar vantagem em tudo, ser condescendente com atos antiéticos como: jogar lixo na rua, sonegar impostos, parar em filha dupla, destruir monumentos históricos, lembro que o descobrimento do Brasil fez parte do projeto de modernidade. No século 15, os europeus estavam à busca de riquezas e preciosidades, do luxo e do supérfluo. Contudo, somos filhos de uma relação de interesses (o português engravidava a índia para se aproximar dos que aqui viviam e detinham informações). Se moderno é substituir o ser pelo ter, cumprimos a profecia mercantilista da acumulação primitiva do capital. O luxo, o supérfluo, cada vez mais integram o cotidiano do homem moderno. Ser rico é poder exibir preciosidades. O que move a economia do mundo é o desejo insatisfeito. A formação do capitalismo revela em sua estrutura uma eterna insatisfação. A ambição que lançou Ulisses ao mar, Colombo à América, era diferente da que encontramos na farra dos políticos com o dinheiro público. Descobrir, querer construir um novo mundo é diferente de apropriar, dominar para explorar. Será sempre o Brasil terra de ninguém, onde leis como a de fixa limpa, jamais será cumprida? Seria o Brasil um convite à corrupção?
            A sociedade brasileira guarda em sua estrutura uma carga de ressentimento. Cada sociedade produz seus sintomas, e os nossos são estes: somos uma nação que se comporta como filho rejeitado, abandonado; o sentimento de inferioridade do brasileiro é traço relevante de nossa história. A corrupção, que no Brasil era vista como algo natural dos cargos de poder, como um direito dos que dela se beneficiam, só agora começa a ser investigada e punida, e ainda de forma seletiva. A política é o palco privilegiado da corrupção - e nossa história revela um passado coronelista, patrimonial, no qual os donos do poder sempre se utilizaram do espaço público como se fosse privado. Todo sintoma aponta para uma tentativa frustrada de cura, pois, embora denuncie o que não vai bem, ele revela um gozo, o que explica a compulsão à repetição.
            Interessa debater a falta de rigor do brasileiro com a coisa pública a partir da interface entre sociologia e psicanálise. Ao analisar a tendência à corrupção do brasileiro, penso na palavra ressentimento. Res-sentir - sentir duas vezes, não perdoar, guardar mágoas e alimentar o desejo de vingança, adiar conflitos.  Ressentimento não é um sentimento edificante, que leva o sujeito a produzir, crescer - pelo contrário, ele fixa o sujeito na neurose. O ressentimento do brasileiro - tema que Maria Rita Kehl, em seu livro, Ressentimento, aborda com propriedade - explica por que o Brasil é um país que goza da condição de nação explorada, ludibriada, trapaceada. Como se a forma de resolvermos isso é tentar descontar no erário, apresentar a conta para o Estado pagar na esperança de livrarmos do sentimento de injustiçados. O contato com a mídia que expõe um cotidiano promíscuo e corrupto, políticos, funcionários públicos e cidadãos, todos envolvidos em atos ilícitos, provoca na cultura brasileira desejo de desforra, de querer participar da festa. É a revolta do filho excluído, rejeitado. A corrupção metaforiza a atuação do filho ressentido com o pai perverso, que o lesa - passando-se ao ato, em vez de contestar e cobrar seus direitos.
            O psicanalista Contardo Calligaris, em Hello Brasil, ressalta a falta de um interdito paterno capaz de regulamentar o apetite pelo gozo e organizar um quadro social que outorgue a cidadania. O romance familiar brasileiro, nossa mitologia, produziu a fantasia do suborno e da usurpação. Revisitando as determinações histórico-sociais dos processos de subjetivação, deparamos com o descaso pela res-pública (coisa pública). Nosso processo civilizatório sofreu um deslocamento. O ethos que nos funda é o do prazer e não o da felicidade. Todo brasileiro sonha com o paraíso. O Brasil é imagem idílica. Nossa frivolidade revela a ineficácia de nossa interdição paterna. A volúpia e a sedução que o corpo exerce em nossa sociedade condenam nossa filiação. Somos um povo submetido ao imperativo do gozo. Somos os filhos bastardos do encontro entre o colonizador interesseiro e a índia exuberante. Somos filhos de um amor mentiroso, falacioso, pérfido. Nossa sedução é nossa traição. Atuamos como a filha delinqüente que recusa a lei e adora se prostituir. A promiscuidade atravessa nossa história e nos joga na sarjeta dos perdidos e vagabundos. A recusa de sair da senzala, a dificuldade em dizer não aos mandos e desmandos do Senhor, a submissão aos interesses estrangeiros nos condenam ao lugar de gozo – vida o caso Petrobrás, interesses em vende-la a preço de banana, como aconteceu com a Vale, alimenta a crise política que vivemos.
 Somos o sonho alheio do outro (o europeu), que procurava o paraíso. Lugar do permissivo. Até quando vamos repetir o pai abandônico, ganancioso e contraventor? A permissividade é o nosso sintoma. Somos volúveis, frívolos, fúteis e mascarados. Adoramos bugigangas! Somos carnaval, paetês e plumas. Aqui vale é a carne (carnevale). Vendemo-nos por espelhos e brilhos. Repetimos o destino colonial - permitimos que o estrangeiro entre e explore o melhor, seja ouro ou mulher.
            A crise atual que vivemos expõe nosso lado perverso, o recrudescimento do racismo, homofobia, preconceito de classe. Querem acabar com a consciência social e o ideal humanista? Querem o fascismo excluindo os menos favorecidos, os negros e deficientes? Viver é enfrentar contradições. Saber lidar com os paradoxos humanos. Ou será este um país que não quer dar certo? Será que todo político só quer o poder pelo poder? O niilismo, para o qual qualquer coisa é a mesma coisa, é lugar de preguiçosos. Prefiro acreditar que, embora exista uma disposição humana para a perversão, existem os que a recusam. Dominar traços maledicentes faz parte da vida. Contudo, ainda sonho com um Brasil analisado. E tenho esperanças de ver os brasileiros no divã, distante das terapias místicas. Sonho com uma sociedade política não corrupta e implicada na ética cidadã.
            O problema do Brasil é psíquico, não econômico. Vivemos sob a pulsão de morte. Antes de levantarmos a bandeira da moralização, devemos-nos perguntar: será que o Brasil quer mesmo recusar sua origem de cabaré, onde todos entram e gozam? Por que até hoje recusamos o público em favor do privado, a honestidade em favor do luxo, a memória em favor do efêmero? A corrupção brasileira é uma escolha? Faz parte de nossa identidade? Será que gostamos de viver em um país corrupto? Ou o brasileiro não quer se implicar em um outro ideal de Nação? O que queres, Brasil? Será que sofremos de um masoquismo moral? A condição de sofredor, de ressentido revela erotização. E toda neurose, todo lugar de gozo, responde por uma filiação. Ao agirmos como perversos e sem culpa, denunciamos uma função paterna inconsistente, incapaz de nos inserir na lei. Por tudo isso nos é difícil sustentar um outro lugar, uma outra filiação.
            Falta-nos reinventar um projeto de país. Qual a moral brasileira? Ao Brasil, faltou uma fundação bem-sucedida que instituísse uma ordem fálica capaz de sustentar um significante nacional. Somos ausência dos Nomes-do-Pai. Faltou-nos o significante paterno, aquele que opera como referência simbólica na estrutura do sujeito. Como pode o brasileiro obedecer às leis, se ele é a falta da lei? Quando a filiação fracassa, a contravenção e o crime se instauram como arremedo da função paterna. Colonização e criminalidade, corrupção e gozo, exploração e ressentimento. Nossa história e seus significantes nos condenam. Nosso inconsciente, humilhado e envergonhado, fixou-se no fracasso.  
    Somos promíscuos por vingança? Vingança contra a exploração e a desigualdade social? A questão não está na desigualdade em si, mas na forma como nos relacionamos com o patrimônio. O sentimento de inferioridade está no inconsciente do sujeito e não em sua condição econômica. Pobreza e riqueza podem conviver muito bem, desde que não gerem competição. A comparação leva à inveja, ao ressentimento, ao “eu também quero”! Será que somos pobres porque fomos explorados, ou usamos da condição de explorados para eternizar a posição de vitimizados, eternos desavergonhados? O patológico é, ao cutucar a ferida narcísica, deliciar-se com o machucado. O Brasil é filho rejeitado, que não teve mãe carinhosa que o amasse, tampouco um pai comprometido com o futuro da prole. Filho do estupro entre o português e a índia; o coronel-fazendeiro e a escrava. Filho ilegítimo de pirata e forasteiro. Talvez por isso gostemos da sensação de levar vantagens - ela nos garante um conforto psíquico e nos traz a ilusão de reparação das perdas. Nossas praias são belas. O Rio é uma das cidades mais lindas do mundo, mas avacalhamos tudo. Nossa exuberância nos condena. Somos belos e complexados. E a corrupção, seria mais um traço da cobiça de nosso pai? Não estariam os políticos apenas denunciando o fracasso de função paterna?





[1] Psicanalista, historiadora e autora do livro Pedagogia do consumo: família, mídia e educação (Autêntica).